Já se sabe que há muita gente em Lisboa que só anda a pé nos
dias em que há greve.
Numa altura de consensos, proponho que se interligue a ação
sindical com uma coisa de nome pomposo - coisa muito ao gosto dos sindicatos! -
do tipo “Plano Nacional Quinquenal para o
Fomento da Atividade Desportiva e Combate à Obesidade, Excesso de Peso e Outras
Doenças Relacionadas”, doravante designado como o PNQFADCOEPODR.
O Comité Central dos sindicatos consultaria o PNQFADCOEPODR para
que a marcação das greves coincidisse com alturas consideradas convenientes, ou
“alturas menos lesivas para os superiores
interesses dos trabalhadores do setor do transporte de pessoas”.
Havia alturas em que era certinho:
• em meados de janeiro (para ajudar a cumprir as resoluções do ano novo);
• pouco antes do carnaval (para que o vestido de mulher sirva a todos os que querem ser travestis por um dia!);
• logo após a páscoa (ninguém resiste às amêndoas, pois não?);
• por volta de meados de abril (para treinar os grandiosos desfiles do 25 de abril e 1 de maio);
• no início de junho (a praia está aí e o fato de banho não alargou desde o ano passado!);
• antes do regresso à escola (ninguém quer ser o gordo no novo ano ou ser o ‘pai gordo’ da criança que será vítima de bullying, pois não?);
• no início de outubro (os valores da república são para defender!);
• em meados de novembro (as castanhas são boas mas engordam…); e
• no início de dezembro (esta poderia ser feita num centro comercial…).
Claro que algumas pessoas iriam insistir em não seguir as
indicações do sindicatos/ PNQFADCOEPODR e adotariam comportamentos desviantes,
tais como levar o carro para o trabalho.
Uma vez que as verdadeiras vítimas das greves - que, como
todos sabem, são os trabalhadores do metro - merecem ser compensadas lançava-se
uma taxa aos que optassem por desrespeitar a luta dos trabalhadores.
Com esse dinheiro (que
seria muito, já que quem tem carro deve estar ‘cheio dele’) pagar-se-ia um
subsídio simbólico aos trabalhadores do metro para compensar o custo que têm
por não ir trabalhar em prol da sociedade em geral.
Fica a ideia...
Sem comentários:
Enviar um comentário