- Até qu’enfim!,
gritou em surdina uma pessoa que se
apressava para passar a passadeira.
- Falou comigo?, perguntou em jeito de resposta a pessoa que
estava ao lado. Não tinha sido uma pergunta, mas um meio para iniciar uma
conversa.
- A chuva! A chuva regressou! , a partir daqui
vou deixar de vos guiar…
- Esteve emigrada?
- De um certo modo…
- É amigo?
- Podemos dizer que sim…. Não, amigo não, antes cúmplice.
- Cúmplice?! De
que crime?
- Ausência prolongada.
- Da chuva?
- Claro! Vai para alguns meses que não se via por cá…
Todos os anos é sempre a mesma coisa… Insiste sempre em ausentar-se na altura
de maior calor…
- E o senhor? Também se ausenta na altura de maior
calor?
- Já lhe tinha dito que sou cúmplice da chuva.
- Percebo.
- Eu não.
- Bom dia!
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