sábado, 14 de setembro de 2013

Falo por mim!



 
 
- Eu, falo por mim, mas…
- … desculpe interromper, mas o que lhe leva a dizer, e passo a citar, “falo por mim”, que é como quem diz, “fala por si”?
- Como assim?
- O senhor tem alguma procuração que lhe permita “falar por si”?
- Não estou a entender.
- O senhor passou alguma procuração, devidamente reconhecida por um notário, onde lhe atribuía plenos poderes para falar por si? Se sim, mostre-me um documento que diga,
“Eu, Raimundo Moreira, solteiro, portador do BI 17493133, emitido em Elvas em 12/05/2007, e residente em Av. da Liberdade, n59, 7Dto, Pombal, declaro que nomeio e constituo meu procurador o Sr. Raimundo Moreira, solteiro, portador do BI 17493133, emitido em Elvas em 12/05/2007, e residente em Av. da Liberdade, n59, 7Dto, Pombal, para todas as conversas que tenha no futuro” ?
É que se passou, pode afirmar “Eu, falo por mim, mas…”, caso contrário, limite-se a dizer “Eu…”, ou então “Mas…”, ou até mesmo “Eu mas…”, apesar de eu, que falo por mim, desaconselhar esta última forma por…
- Desculpe! O senhor tem uma procuração que lhe permita falar por si?
- Aqui está ela.
- …
- Como eu estava a dizer: apesar de eu…
- Vejo que a procuração não está devidamente carimbada…
- Como assim?
- Falta o selo branco.
- Deixe-me ver!
- Pois, parece-me claro que nem eu posso falar por mim, nem o senhor pode falar por si…pelo menos em termos legais…
- Posto isto, se calhar o melhor é acabarmos a conversa.
- Concordo.
- Até uma próxima!
- Tive muito gosto nesta conversa!
- Idem!

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